Foto: Staff Imagens/ Cruzeiro
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“Mas minha seleção hoje é o Cruzeiro” declara Marlon em entrevista ao No Ataque 1

Destaque defensivo do Cruzeiro na Série A do Brasileiro, o lateral-esquerdo Marlon, vem colhendo os frutos da boa fase. Em entrevista exclusiva ao No Ataque do Estado de Minas, ele falou sobre o momento, as pesquisas do exterior e a chance da seleção brasileira.

Ele também falou sobre suas primeiras impressões do Cruzeiro quando o time passava por um período de turbulência, ainda sob o comando de Paulo Pezzolano. Depois disso, a Raposa continuou sua boa sequência e fez grandes jogos nas primeiras rodadas. Porém, ela oscilou nos últimos jogos, principalmente como mandante. São boas partidas contra candidatos ao título, mas problemas com equipes menores.

Foto: Staff Images/Cruzeiro
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Esse foi um dos assuntos abordados por Marlon na entrevista.

Quando vim, sabia o desafio. Pelo tamanho do clube, muitas vezes você não se surpreende, mas tenta assimilar certos golpes e momentos bons que vivencia todos os dias. Tem toda uma expectativa do torcedor, e sempre batemos nisso, quem veio está ciente do que é representar o Cruzeiro e o que eles esperam. O começo teve pressão, mas quem almeja estar em times grandes e disputar coisas grandes precisa estar preparado.”

Explica o fato do Cruzeiro faz bons jogos contra os grandes, mas tem vacilado contra os de menor expressão?

O Brasileiro tem 20 equipes, mas duas ou três sempre vão ter mais problemas. Então, são 16 ou 17 times de alto nível, que competem muito. Até aproveitar para parabenizar o Cuiabá, que muitos falam que é uma equipe pequena, mas que está batendo de frente com todo mundo, buscando resultados, e está ali por merecimento. Nós mesmos tropeçamos contra o Cuiabá, contra o Fortaleza, que na teoria eram equipes que perderiam para o Cruzeiro.

E contra adversários que, na teoria, apresentam mais dificuldade, desempenhamos bom futebol.  Conversamos sobre isso no vestiário, temos que parar de ser Robin Hood, de entregar e tirar só dos mais difíceis. Se não tivéssemos tropeçado tanto, estaríamos no G-6.”

Qual jogador do Campeonato Brasileiro você elege como o mais difícil de ser marcado? 

Nós, da defesa, temos embates fortes em todos os jogos. Você pega pontas habilidosos, com muitos recursos. Vamos enfrentar o Palmeiras agora, que tem três jogadores de frente muito bons e de muitos recursos. Dudu, Artur e Rony têm o ‘um para um’ e muita intensidade. Enfrentamos o São Paulo, que tem o Wellington Rato, que incomoda bastante. É canhoto, e para o marcador é difícil quando ele cai do lado direito. O Internacional tem o Vanderson e o Maurício, que são muito agudos. Mas vou ficar com a dupla do Palmeiras: Artur e Dudu. São muito incisivos.”

Seu nome foi especulado em um clube russo no início da janela de transferências. O que de fato chegou para você e para o Cruzeiro?

Quando a gente consegue boas performances, sempre tem sondagens. Em qualquer trabalho, quando você desempenha bom papel, é reconhecido. Chegou uma situação, mas que não caminhou, nada concreto, foi uma sondagem. Meu empresário me passou, mas até falei para o pessoal: ‘Acabei de chegar e vocês já querem me mandar embora?’ (risos). Tenho contrato até o final do ano que vem e estou muito feliz. Estou no meu melhor momento profissional e, se eu estou nele, é porque o Cruzeiro me proporcionou isso, Pepa e meus companheiros.

Seria muito leviano já ir embora depois de quatro meses. Fico feliz com o reconhecimento do futebol russo e de qualquer outro lugar. Diz que estou fazendo bom trabalho no Cruzeiro. Só que minha cabeça e comprometimento são com o clube que apostou em mim. Estava no Campeonato Turco, que é muito disputado, mas não é da primeira prateleira, e o Cruzeiro foi lá e me buscou. Se hoje estou bem, é graças ao Cruzeiro.”

Seu bom desempenho o credencia como um dos melhores laterais-esquerdos do Brasileiro. Acha que se mantiver o nível pode pintar em uma convocação do Fernando Diniz para a Seleção Brasileira?

Fazendo uma boa temporada, por que não? Estou trabalhando para isso, mas a Seleção é consequência do trabalho. O Fernando (Diniz) é um treinador que já me conhece, a gente já trabalhou no Fluminense por duas vezes. Mas minha seleção hoje é o Cruzeiro, só vou para a Seleção Brasileira se fizer bom trabalho aqui.

Tenho que colocar como prioridades meu clube e meus companheiros. Sinceramente, não fico pensando na Seleção Brasileira, vivo o dia a dia no Cruzeiro. Chegar à Série A é difícil e se manter é mais ainda. Só me preocupo em me aprimorar e entregar um bom futebol. O que vier depois é consequência. Deixo as pessoas falarem se eu mereço ou não. É o meu trabalho que vai dizer.”

finalizou