História do Cruzeiro

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História do Cruzeiro

Palestra Itália

O Cruzeiro nasceu no dia 2 de janeiro do ano de 1921. Esportistas italianos que estavam residindo em Belo Horizonte, tiveram a ideia de criar um time de futebol, na época, chamado de Societá Sportiva Palestra Itália. As cores carregadas pelo Palestra, eram as contidas na bandeira italiana: verde, vermelho e branco.

O primeiro uniforme do Palestra Itália foi composto por camisa verde, calção branco e meias vermelhas. O clube foi restrito apenas a participação de elementos da colônia até o ano de 1925, quando é retirada do estatuto do clube uma cláusula que impedia a inscrição de atletas e associados que não fossem de origem italiana. Isso abre as portas para colaboradores de qualquer origem.

História o Cruzeiro

Primeiras Conquistas

A primeira de muitas conquistas oficiais e reconhecidas do Palestra é o tricampeonato mineiro entre 1928 e 1930, sendo os dois últimos de forma invicta. O crescimento do time na cidade força as outras grandes equipes da época a se organizarem e em 1933 criam a primeira liga profissional do estado, a Associação Mineira de Esportes.

De Palestra para Cruzeiro

Em 1936, alguns ex-atletas que naquela época haviam se tornado dirigentes, iniciaram um movimento de nacionalização do Palestra Itália, que levou o nome de Ala Renovadora. A intenção era que o nome do time fosse mudado, já que o time não era mais uma associação exclusiva da colônia italiana. 

No início, a ideia sofreu resistências, mas acabou ganhando aliados. O time recebeu como primeiro projeto, o nome de “Renovadora Football Club”, e alterando as cores de verde e vermelho, para verde e branco. O Renovadora chegou a realizar alguns treinos com esse nome, porém um ala da diretoria, rejeitou a ideia.

Em 30 de janeiro de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o Presidente Getúlio Vargas, que já havia declarado guerra aos países do Eixo (Itália, Alemanha e Japão), através de um Decreto-Lei, determinou a proibição do uso de termos e denominações referentes as nações inimigas.

A primeira partida após a publicação do Decreto-Lei era contra o Atlético-MG no dia 1 de fevereiro de 1942. O time entrou em campo com uma camisa azul e três listras brancas horizontais, sem escudo e sem nome. Somente em 4 de fevereiro de 1942, a diretoria adotou o nome provisório de Palestra Mineiro, em substituição à Palestra Itália, conforme determinação presidencial.

No dia 7 de outubro de 1942, numa reunião, o então presidente do Clube, Ennes Cyro Pony, entregou a direção do clube, por 15 dias. Nessa reunião, se foi aprovado o nome do time que perdura até hoje, Cruzeiro Esporte Clube.

Em seus primeiros anos de vida, o Cruzeiro conquistou o tricampeonato mineiro de 1943 a 1945 e reformou o seu estádio que passou a se chamar Estádio Juscelino Kubitschek, em homenagem ao então governador do estado. Constrói também uma arquibancada coberta e altera a posição do campo. A obra e as despesas com o plantel dão origem a uma crise financeira.

Década de 50

Com pouca verba para organizar seu elenco, o clube perde seus principais jogadores. Em 1952, é obrigado a dispensar e reincidir o contrato de todo o quadro de profissionais, e promove os juvenis da base para o time principal. Para pagar suas dívidas, a solução encontrada pela diretoria foi disputar amistosos por BH, em troca de cachê.

Mesmo em tempos de crise, o Cruzeiro começa a conquistar torcedores nas cidades interioranas, tornando-se aos poucos o clube mais popular de Minas Gerais. A redenção vem com a construção de sua sede social no Barro Preto, que aumentou a arrecadação do clube. Com as contas sanadas, voltou a ser grande e formou o esquadrão tricampeão mineiro de 1959 a 1961.

Década de 60 e o início da Era Mineirão

Com a inauguração do Mineirão em 1965, o futebol mineiro rompe sua característica provinciana com a inclusão de Minas Gerais nas competições nacionais.

O primeiro clássico de comemoração entre Atlético-MG e Cruzeiro no estádio do Mineirão foi pela final do mineiro de 1965. Este foi o primeiro clássico disputado no Mineirão e o primeiro depois da pancadaria no Independência.

O jogo foi tenso, deste o princípio, com muitas jogadas violentas. O Cruzeiro dominava a partida e vencia por 1 a 0, quando Décio Teixeira cometeu pênalti em Wilson Almeida, que entrava na área para marcar o 2º gol, aos 34 minutos do segundo tempo. Sendo assim, o Cruzeiro se tornou campeão Mineiro daquele ano.

A conquista do Brasil

No dia 30 de novembro de 1966, o Cruzeiro começou a escrever contra o Santos, uma das páginas mais importantes de sua história, seu primeiro título nacional.  

Na primeira partida da final, no Mineirão, o Cruzeiro termina o primeiro tempo vencendo por incríveis 5 a 0. No segundo tempo, o Santos esboçou uma reação fazendo dois gols, mas Dirceu Lopes marca mais um e a partida termina 6 a 2. No segundo jogo, no Pacaembu, em São Paulo, o Santos termina o primeiro tempo vencendo por 2 a 0. Todos acreditavam que a derrota humilhante do último jogo seria devolvida.

Na volta para o segundo tempo, Tostão ainda perdeu um pênalti. Mas se redime ao marcar de falta aos 18 minutos. Dez minutos depois, Dirceu Lopes empata. Aos 44, Natal dá o golpe de misericórdia. A equipe de jovens garotos vence o melhor time do mundo na época, e torna-se campeã da Taça Brasil.

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Década de 70 e conquista da América

Nos Campeonatos Brasileiros, em 1974 foi vice pela primeira vez, perdendo em uma decisão muito confusa contra o Vasco da Gama, e em 1975 foi novamente vice após perder para o Internacional.

Libertadores de 1976

Na Taça Libertadores de 1976, o Cruzeiro conquistou seu primeiro título na competição, sobre o River Plate da Argentina. Na primeira da final, no Mineirão, vitória por 4 a 1. Na partida seguinte, no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, derrota por 2 a 1. Durante a campanha, acontece uma partida que é considerada como o melhor jogo da história do Mineirão, a vitória do Cruzeiro por 5 a 4 em cima dos então campeões brasileiros, o Internacional.

O regulamento previa uma terceira partida em campo neutro. Esta foi realizada no Estádio Nacional de Santiago, no Chile, O Cruzeiro faz dois gols ainda no primeiro tempo. Mas com a ajuda da arbitragem e da tradicional catimba argentina, o River empata.

Aos 44 minutos do segundo tempo, falta na entrada da área e Nelinho, prepara-se para cobrar. Enquanto ele se vira para trás para correr e ganhar força no chute, Joãozinho é mais rápido e bate colocado no ângulo, sem chances para o goleiro argentino. O Cruzeiro faz 3 a 2 e é campeão da América.

https://www.youtube.com/watch?v=hA_-zu_mzqM

Nos anos 1970, para evitar o déficit financeiro causado pela disputa do Campeonato Mineiro, o clube partiu para amistosos no exterior em troca de cachês em dólar. O dinheiro foi suficiente para manter os craques e conquistar o tetracampeonato estadual de 1972 a 1975. Em 1977 chega ao décimo título mineiro na “Era Mineirão”, em 13 disputados.

Década de 80

Os esforços da década anterior não foram suficientes para evitar a crise financeira que acompanharia o clube nos anos 1980. O Cruzeiro amargou um período de maus resultados no Campeonato Brasileiro e a conquista de apenas dois estaduais, em 1984 e 1987.

 A nova redenção veio a partir das vendas de jogadores para o futebol estrangeiro e das cotas de transmissão de jogos, que passaram a ser pagas pelas emissoras de televisão, a partir da Copa União, em 1987.

Década de 90 e 2000

década de 1990 o Cruzeiro iniciou uma impressionante sequência de 15 anos ganhando pelo menos um título por ano. Foram duas Supercopas da Libertadores (1991 e 1992), uma Recopa Sul-Americana (1998), quatro Copas do Brasil (1993, 1996, 2000 e 2003), uma Copa de Ouro Nicolás Leoz (1995), uma Copa Master da Supercopa (1995), duas Copas Sul-Minas (2001 e 2002), oito Campeonatos Mineiros (1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2003 e 2004) uma Copa Centro-Oeste (1999), duas Copa dos Campeões Mineiros (1991 e 1999), um Supercampeonato Mineiro (2002), além da segunda Taça Libertadores da América (1997) e do Campeonato Brasileiro de 2003

Copa do Brasil de 1993

O time comandado por Pinheiro, depois de uma grande campanha, foi para a final contra o copeiro Grêmio, que tinha no time uma das maiores estrelas do futebol na época: Dener.  O atacante era atrevido com os pés, driblador, partia para cima de qualquer defesa adversária.

No primeiro jogo, empate em Porto Alegre, debaixo de uma tempestade. O gramado do estádio Olímpico ficou muito prejudicado e isso atrapalhou demais o futebol das duas equipes.

Já segundo jogo, no Mineirão, a Raposa saiu na frente do placar com Roberto Gaúcho depois de uma infelicidade do goleiro Eduardo que deixou a bola escapar por entre as pernas.

 O Grêmio empatou a partida através do volante Pingo, de cabeça, mas no início da segunda etapa, logo aos 20 segundos, Roberto Gaucho tomou a bola na banddeira de corner, tocou para Paulo Roberto que cruzou na cabeça do Pantera, Cleison subiu alto e testou sem chances para Eduardo, explodindo o Mineirão numa festa que virou a madrugada na capital do Mineiros.

https://www.youtube.com/watch?v=OesASmTtGvU

Copa do Brasil de 1996

Em 1996, a Copa do Brasil passou a ser disputada por 40 times. Entre eles, o Cruzeiro, que chegou ao segundo título da competição (conquistou a edição de 1993). Na campanha vitoriosa da Raposa, foram quatro vitórias, cinco empates e uma derrota nos dez jogos disputados.

 O centroavante Marcelo Ramos foi o goleador do time e vice-artilheiro da competição, com sete gols marcados, atrás apenas de Luizão, do Palmeiras, que marcou oito vezes.

Na grande decisão, o Cruzeiro enfrentou o Palmeiras, favorito ao título com uma campanha de goleadas na Copa do Brasil e também no Campeonato Paulista, conquistado pelo Verdão, que teve mais de 100 gols marcados.

Na primeira partida da final, empate em 1 a 1, no Mineirão. No confronto decisivo, o time paulista abriu o placar logo aos cinco minutos, com o artilheiro Luizão. Mas, ainda no primeiro tempo, Roberto Gaúcho deixou tudo igual para a Raposa.

 Já no final da etapa complementar, após falha do goleiro Velloso, Marcelo Ramos marcou o gol do título e calou os quase 30 mil palmeirenses presentes no Parque Antarctica.

https://www.youtube.com/watch?v=TclqdklXWBE

Copa do Brasil de 2000

O título veio com uma final histórica diante do São Paulo. No primeiro jogo, no Morumbi, a Raposa conseguiu neutralizar o forte ataque tricolor e segurou o empate sem gols. Com o critério do gol qualificado, o time mineiro precisava da vitória no confronto decisivo, em Belo Horizonte.

 Em um jogo muito disputado, os gols só saíram no segundo tempo no Mineirão. Marcelinho Paraíba colocou o São Paulo na frente com belo gol de falta. Precisando então de dois tentos para ficar com o título, a Raposa partiu para o ataque no melhor estilo “tudo ou nada”. Quando o jogo ia se aproximando dos minutos finais e o título inédito estava muito perto do São Paulo, Müller, o veterano que tinha entrado no jogo justo quando o Tricolor havia feito seu gol, mostrou sua tarimba para decisões.

 No meio de campo, ele puxou um ataque rápido, se mandou para a área, recebeu, tabelou com Fábio Júnior, esperou a marcação chegar e deixou para o mesmo Fábio Júnior empatar e incendiar novamente o Mineirão: 1 a 1. Aos 45, a virada histórica!

Após muita confusão pelo posicionamento da barreira em cobrança de falta do Cruzeiro, Geovanni ouviu um pedido de Müller para “chutar forte”. O meia então correu, bateu forte, viu a barreira abrir e a bola parar no fundo do gol de Rogério Ceni: estava decretada a vitória azulina por 2 a 1 e o tricampeonato da Raposa na Copa do Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=20grrvjOrac

Copa do Brasil de 2003

Na grande final, enfrentou o Flamengo. No primeiro jogo, com mais de 70 mil pessoas presentes, o Cruzeiro segurou o empate em 1 a 1, no Maracanã. Já no Mineirão, diante de quase 80 mil pessoas, Deivid abriu o placar logo no primeiro minuto de jogo.

Aos 16 minutos, o colombiano Aristizábal marcou mais um. No final da primeira etapa, aos 28 minutos, o zagueiro Luisão fez o terceiro da Raposa. No segundo tempo, o time cruzeirense continuou pressionando a equipe rubro-negra e perdeu diversas chances de gol.

 Aos 18 minutos, Fernando Baiano marcou pelo Flamengo e diminuiu a vantagem do Cruzeiro. O resultado se manteve até o final da partida e o Cruzeiro conquistou seu quarto título da Copa do Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=dn5ZAEORS4k

Década de 2010

A década de 2010 ficou marcada pela conquista de 4 títulos nacionais importantíssimos para a história Cruzeirense, sendo eles o Brasileirão de 2013 e 2014 e a Copa do Brasil de 2017 e 2018.

Brasileirão de 2013

A caminhada do Cruzeiro no Brasileirão não foi de tantos altos e baixos, mas sim com uma regularidade que nenhum outro time nacional conseguiu. A pior posição do clube mineiro durante todo o campeonato foi a 7ª colocação, situação que aconteceu apenas na terceira rodada.

Com um aproveitamento espetacular dentro de casa e outro muito bom fora de casa, a Raposa não deixou muita graça na disputa pela liderança. Jogando em Minas Gerais, a equipe conseguiu 14 vitórias, dois empates e perdeu apenas uma vez, 86% de aproveitamento. Longe de casa, foram nove resultados positivos, três empates e cinco derrotas, 56% no aproveitamento.

Após assumir a liderança na 16ª rodada, a equipe não largou o osso mais e viu Botafogo, Grêmio e Atlético-PR ficarem olhando de longe o cobiçado primeiro lugar. Na 34ª rodada, o Cruzeiro não precisou nem entrar em campo para ser campeão. A derrota do Atlético-PR para o Criciúma sacramentou a terceira conquista da equipe mineira.

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Brasileirão 2014

O Cruzeiro não demorou para mostrar que brigaria mais uma vez pelo título do Brasileirão. Logo na sexta rodada, a Raposa assumiu a ponta da tabela com a vitória sobre o Sport por 2 a 0, no Mineirão, com gols de Ricardo Goulart e Marcelo Moreno.

Com uma campanha regular, a equipe comandada por Marcelo Oliveira teve uma certa tranquilidade para conquistar o bicampeonato. A maior vantagem na liderança ocorreu na 26ª rodada, quando o Cruzeiro venceu o Internacional, até então vice-líder da competição, por 2 a 1, no Mineirão.

Marcelo Moreno e Marquinhos marcaram para a Raposa e Alex para os gaúchos. Com a vitória, a diferença para o vice-líder subiu para nove pontos. Porém, logo após abrir uma boa diferença para o segundo colocado, o Cruzeiro parou de vencer (perdeu para Corinthians e Flamengo) e só reencontrou o caminho da vitória na 29ª rodada, ao vencer o Vitória por 1 a 0, com gol de Dedé.

Com a tranquilidade de volta, os cruzeirenses comemoraram o título com duas rodadas de antecedência. No dia 23 de novembro, a equipe mineira venceu o Goiás por 2 a 1, no Mineirão.

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Copa do Brasil de 2017

Com mais de 56 mil torcedores no Mineirão e recorde de público na Copa do Brasil, o Cruzeiro venceu o Flamengo nos pênaltis por 5 a 3 após empatar sem gols no tempo normal. Henrique, Léo, Hudson, Diogo Barbosa e Thiago Neves fizeram os gols que garantiram o quinto título, enquanto Diego, que bateu o terceiro, viu o goleiro Fábio defender a sua cobrança.

https://www.youtube.com/watch?v=YwgkTTNLkic

Copa do Brasil de 2018

Mais uma vez, foi o Cruzeiro quem triunfou e se sagrou campeão da Copa do Brasil 2018, repetindo a conquista da edição passada, dessa vez sobre o Corinthians.

No ano anterior, a Raposa já havia vencido a competição ao bater o Flamengo. Com um investimento alto e um elenco caríssimo, o clube manteve boa parte dos jogadores, conseguiu defender o título e, no ano seguinte, foi hexacampeão da competição. É o time que mais vezes venceu o torneio nacional.

https://www.youtube.com/watch?v=QCNBrgO3J3Y