No momento sob o comando de Ronaldo Fenômeno e na Série A do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro atravessa o pior momento de sua história nos últimos anos, após permanecer na Série B de 2020 a 2022 e se recuperar de uma gravíssima crise financeira que quase causou um colapso .
Um dos líderes que ajudou a restaurar o Cruzeiro foi Rafael Sóbis. Bicampeão da Copa do Brasil pelo clube em 2017 e 2018, o atacante contou em entrevista ao “Canal Samuel Venâncio” no Youtube como aceitou voltar ao clube em meio à crise e até saiu parte da dívida.
É uma questão que tem que ser dita, sobre a dívida. Eu saí do Cruzeiro, a dívida não foi paga. Se pagaram foi uma parcela de 100. Dá para dizer que não pagaram nada. Aí começou uma bola de neve, todo mundo entrando (na Justiça). Eu fui para o Inter, para o Ceará…e aí o Felipão me liga pedindo para voltar.”
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Falei com o presidente (Sergio Santos Rodrigues), entramos em um novo acordo. Para eu ir para o Cruzeiro, eu diminuí uns 40% da dívida. Pelo Cruzeiro, eu fui. Foi a primeira vez na vida que eu senti uma ligação. Não me passou pela cabeça não ir. Eu tinha que ir ajudar”.
Na época, Sóbis jogava Ceará e precisou negociar sua saída para deixar o Vozão e acertar o retorno a Belo Horizonte.
Fui sincero com o Ceará, pedi de coração, disse que era um chamado. Eu saí e depois explodiu. Deus me salvou daquilo, teve rebaixamento e eu não estava lá. Tem gente que fala que eu errei pênalti de propósito, nem se informam. Eu estava bem no Ceará, mas pedi para sair. Eles sentiram que foi de coração e eu voltei”.
Cheguei em novembro, vim ganhando menos do que ganhava no Ceará e deixei para trás tudo o que eu tinha direito. Tinha tido a pandemia, e o presidente do Ceará falava para renovar, queria estender contrato, mas eu falava ‘vamos ver’. Não tinha por que não renovar, e veio a oferta do Cruzeiro”.
Ao chegar ao clube, Sóbis disse ter passado pelo “inferno” no ano seguinte com a equipe. Uma grave crise financeira obrigou os medalhistas a pagar do próprio bolso para ajudar o Cruzeiro, e até mesmo a alimentação fornecida aos atletas foi considerada “insignificante”.
Fui ao clube para ajudar, mas o presidente disse que só poderia pagar a dívida a partir de fevereiro. Resumindo: do novo acordo, pagou uma, duas parcelas e nada mais. O cara do meu lado pedindo ajuda com os jogadores. E eu que segurava a bronca. Eu, o Fabio, o Brock. Morei 4 meses na Toca da Raposa. Tirei dinheiro do bolso para pagar pessoas. Você não tem noção de como estava o Cruzeiro”.
Eu falo sem modéstia: nós salvamos o Cruzeiro da terceira divisão. Era um negócio bizarro. Tristeza todo dia. A gente viveu um inferno. Teve uma vez que um atleta foi expulso e tínhamos dois jogos fora. Ele tinha que voltar. O Felipão pagou a passagem do bolso. Era um calvário. Vocês não têm noção do que vivemos. Até a comida era pouca. Marcelo Moreno ajudou muito. Nós que seguramos o clube.”
finalizou
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