Marcelo Moreno, ex Cruzeiro é apresentado em seu novo clube

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O atacante Marcelo Moreno encerrou oficialmente sua terceira passagem pelo Cruzeiro. O jogador é o maior artilheiro estrangeiro do clube, com 54 gols.

Mesmo antes de acertar sua saída do Cruzeiro, o jogador já havia tendo conversas com o Cerro Porteño. Faltava para o acerto apenas resolver sua situação com o Cruzeiro.

O jogador e a raposa rescindiram o contrato de forma amigável. Segundo apurou nossa reportagem, Marcelo Moreno teria abrido mão de receber salários atrasados e outros valores pendentes.

O jogador chegou nesta quinta-feira ao país e acertou com o Cerro Portenõ. O contrato de Marcelo Moreno com o clube é válido por duas temporadas.

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Luta contra as drogas, alcoolismo e gratição ao Cruzeiro: Raniel abre o jogo em entrevista

Cruzeiro Raniel
Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

O atacante Raniel, ex Cruzeiro, começou a temporada jogando bem pelo seu novo clube. O atacante foi anunciado pelo Vasco e vem balançando as redes em suas primeiras partidas na temporada.

Em entrevista a revista digital “The Player Tribune Brasil”, o jogador falou sobre os dramas de sua carreira, envolvendo acidente com o filho, uso de drogas e álcool e uma complicação da Covid que quase o tirou dos gramados.

Em trecho da reportagem, Raniel falou sobre sua chegada ao Cruzero após ser pego no dopping por uso de cocaína no Santa Cruz. O jogador afirmou ser grato ao Cruzeiro e relembrou pessoas que o acolheram no clube, como o zagueiro Léo, que também já deixou o Cruzeiro.

Antes do doping eu tinha recebido sondagens do Athletico-PR e do São Paulo. A minha vida, porém, mudaria dois anos depois, com a proposta do Cruzeiro. Joguei quatro anos lá e ganhei duas Copas do Brasil e dois Campeonatos Mineiros. Foi o período mais feliz que eu tive no futebol, por enquanto. Apareci pra todo o país e mostrei meu potencial. Por isso, além do Santa, também sou muito grato ao Cruzeiro. Quantos clubes acreditariam num jogador com histórico de alcoolismo, drogas, pego no antidoping e tudo?  Eu sei como é. 

Raniel

Foi triste quando deixei o Cruzeiro. Uns caras ali foram sensacionais pra mim. Léo, Thiago Neves, Dedé, Edilson… Eles viam que eu estava a fim de superar o meu passado, que eu me dedicava nos treinos e contribuía fazendo gols, e me tratavam com carinho. No dia em que fui à Toca me despedir da rapaziada, porque estava de partida pro São Paulo, o Léo não quis nem conversar comigo. Só falou: “Vai, moleque, vai logo! Senão eu não me aguento de tanto chorar”. Foi de partir o coração, principalmente porque fiquei devendo um abraço ao Léo.

Raniel

Raniel também falou sobre sua infância pobre no nordeste do país. O jogador revelou que ainda jovem começou a usar e vender drogas.

Com 14 anos eu comecei a beber. Depois, a me drogar. E até vender drogas eu vendi. É doído demais lembrar disso, parece que estou jogando sal numa queimadura de água-viva. Eu era só uma criança e acabei cedendo àquele mundo perigoso que me cercava.[…] Uma hora ficou tão ruim, mas tão ruim, que o Santa Cruz me levou pra morar na concentração. Eles queriam me afastar da beirada do precipício. Funcionou por um tempo… Só que quando eu completei 17 anos, já tinha subido pro profissional, fui pego no antidoping por uso de cocaína. Passei quase um ano sem poder jogar. De novo aquele medo, aquela vergonha, o desespero. 

Raniel

Alcoolismo na pandemia

O jogador também falou dos problemas com álcool que teve. Em 2020 seu filho teve um acidente doméstico e ficou internado no CTI por meses, ali foi um gatilho para o jogador voltar ao alto consumo de bebidas alcoólicas.

Apesar desse pedido dele, eu não consegui manter a calma. Voltei a beber e não foi pouco. Era o auge da pandemia e os jogos estavam suspensos, os estádios fechados. […] Bebia, bebia, bebia até cair e bebia mais um pouco deitado. Só parava depois de desmaiar. Eu queria me destruir. Eu via que a qualquer momento algo grave ia acontecer comigo. E eu desejava que acontecesse, porque aquele abismo em que eu caí depois do antidoping no Santa Cruz ficou rasinho perto desse. 

Hoje, recuperado dos problemas com alcool e drogas, o jogador ex Cruzeiro fala com orgulho da mudança em sua vida. Raniel tatuou no rosto a data em que deixou de beber, e afirma ser um motivo de força olhar no espelho e ver aquela marca.