O Cruzeiro além se movimentar sobre o futebol profissional, busca avançar na área administrativa. Dessa forma, o clube está de olho no projeto em Brasília do Senador Rodrigo Pacheco (DEM/MG), atual presidente do Congresso Nacional, na qual se aborda o tema clube-empresa. O Projeto de Lei (PL) 5516/2019 na qual abrange a pauta, ressalta que esse modelo será tratado como Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A informação é da Rádio Itatiaia, assim o presidente da Raposa Sérgio Santos Rodrigues, articula internamente para que o time celeste seja o primeiro do clube do Brasil nesse molde.
“A meta do Cruzeiro é ser o primeiro clube-empresa nos modelos da Lei 5516/2019, projeto de lei que tramita no Senado. Tenho certeza que a grande vantagem vai ser a captação de recursos mais segura no mercado”, disse o mandatário.
Então, o projeto de lei poderá ser votado ainda neste mês conforme o senador. Caso for aprovado, ele irá para a Câmara de Deputados.
“Nosso projeto é, assim que aprovada a lei, a gente transformar (em clube-empresa). Estamos com a EY (Ernst & Young), consultoria para poder instaurar esse modelo. A gente confia muito que será positivo para a gente e para os clubes em geral para captar recursos de forma mais segura.”
Desse modo, o presidente do Cruzeiro revelou que a área do futebol será separada da social.
“Vamos ter dois CNPJs. Permanece o clube, inclusive com outros esportes – o Cruzeiro tem o vôlei muito forte que vai continuar associado ao clube –, e a S.A. do Futebol vai tratar só de futebol.”
Modelo no Brasil
Entre os 40 clubes da Série A e B, apenas o Red Bull Bragantino e Cuiabá são clube-empresa. Na Série C, tem o Botafogo-SP. Recentemente, o Figueirense também adotou o modelo, no entanto não certo e o clube foi rebaixado para a terceira divisão. O time catarinense tem uma dívida de R$ 165 milhões e conseguiu na Justiça o direito de pedir recuperação judicial. Nesse sentido, Sérgio disse que observou as experiências de clube-empresa em outras agremiações para aprender o que fazer e não fazer na Raposa. Além disso, ele afirmou que busca um investidor estrangeiro.
“A gente analisa todos esses modelos. O modelo que o Cruzeiro busca é um pouco diferente. A associação civil existente hoje no clube será sócia na S.A. do Futebol. A gente busca um investidor internacional que tenha experiência também no ramo do futebol. É isso que queremos. Não queremos apenas um fundo de investimento. A gente quer alguém que agregue com know-how (conhecimento) também.”
Quitação de dívidas
Sendo aprovado o projeto de lei, o presidente explica como será o pagamento das dívidas. Pois com a aprovação, o Cruzeiro manterá 51% do controle e fará uma sociedade com uma parte empresarial criada.
“O Projeto de Lei determina que parte da receita da S.A. do Futebol obrigatoriamente seja destinada para pagar dívidas na associação, caso se transforme 100% (em clube-empresa). No nosso caso, será natural porque a associação sendo sócia de 51% da S.A. do Futebol, a receita dentro desses 51% vai ser destinada para pagar dívidas. Não vai haver calote institucional.”
Mudança de cores e nome
Contudo essa é uma das grandes preocupações do torcedor. Sérgio ressaltou que não há risco de mudar o nome do clube e as cores do Cruzeiro.
“O Cruzeiro, certamente, até pelo nosso Estatuto, na S.A. do Futebol o clube continuará sendo sócio de pelo menos 51%. É óbvio que vamos manter o nome, as cores, em respeito à nossa tradição.”
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