Coluna Celeste: Pés no chão e bola para frente

Durante o brasileirão de 2023, competição disputada integralmente com Pepa a frente
do clube, vimos alguns jogos e exemplos de momentos em que pontos importantes
escarparam de nossas mãos. Existem vários recortes dos jogos disputados que podem
retratar essa dificuldade da equipe durante a temporada e principalmente no
campeonato nacional. São várias abordagens talvez para descrever o mesmo problema,
“falta de atenção”, “falta de maldade”, “falta de maturidade do elenco” e várias
expressões parecidas para relatar o mesmo. O time geralmente joga bem e tem um
padrão, a entrega existe, mas quem acompanha o Cruzeiro nessa temporada já ouviu
alguem dizer “a vitória do Cruzeirense não veio por um detalhe”. O motivo, partidas em
que gols são desperdiçados, como Internacional x Cruzeiro, resultados são cedidos em
momentos de superioridade do Cruzeiro, como Bahia x Cruzeiro. Culminando em
Cruzeiro x Corinthias, que no último lance do jogo o gol em desfavor gerou um empate
na primeira rodada do returno, em uma partida que a falta de atenção (a forma que
escolhi para retratar) no segundo tempo foram traduzidas em gols desperdiçados e a
tragedia no último lance.
Na entrevista após o jogo Cruzeiro x Corinthias, quando o tema falta de atenção foi
levantado para resposta do treinador, não ocorreu a resposta que todos esperávamos,
dando a impressão de que talvez para o treinador esse não é um problema real da
equipe, temos que levar em conta que entrevistas pós jogos não são o ambiente para
abordar problemas que podem ser internos. Mas não vimos essas falhas, que ocorrem
durante o ano, serem sanadas, o discurso de “Estamos jogando bem” ou “Injustiça”
não contribui para atingirmos o objetivo de permanecer na primeira divisão do Brasil.
Esses dizeres muitas vezes viram uma “muleta”, para momentos em que o Cruzeiro
deixa o bom resultado escapar.
Diferente dos mais desesperados, eu não acredito que uma troca no comando deva
ocorrer. Eu falo outra vez, o time geralmente joga bem. Conseguimos ver uma evolução
e uma equipe, que com o orçamento do clube, entrega mais que outras equipes com
pontuação similar, porém, folhas maiores. E a mentalidade de quem vem a frente do
clube são de trabalhos mais consistentes e duradouros, um grande avanço comparado
ao passado recente. Mesmo com uma sequência de poucas vitorias e baixa pontuação,
essa ideia tem que correr longe da toca.
Não significando que cobranças não devem ser feitas. Vemos o clube caminhar na
competição para um cenário mais pessimista que em outros momentos, a luta na parte
de baixo vai ficando mais próxima para nós. A esperança vem do futebol apresentado e
da boa resposta dos reforços, a solução são as vitorias e os pontos importantes,
precisamos vencer um jogo, de preferência em nossa casa, que historicamente é a
nosso favor, mas esse ano não vem sendo uma vantagem.
Os próximos adversários, Grêmio em Poa, Bragantino em casa e Santos na vila são
determinantes, essas três equipes hoje em momentos bem diferentes do primeiro
turno e por seu recente retrospecto vão apresentar grande dificuldades. E um sucesso
nesses confrontos pode significar uma virada na confiança da equipe. Mas é contra o
Santos a maior decisão, equipe hoje na parte do rebaixamento da tabela, com uma
diferença de pontos baixa para nós é um dos clubes na disputa na parte da tabela em
que nos encontramos.
Os 3 pontos na vila vão ser de grande importância para nosso primeiro e grande
objetivo de permanecer na primeira. Que é nosso foco e que se em outros momentos
até pensamos em mais, os últimos jogos puxaram o cruzeirense de volta para o chão.
Atingir a famosa conta para permanecer é tudo que precisamos no momento e quanto
antes puder melhor. Ajustes devem ser feitos, estamos no caminho certo, esse elenco
pode realizar esse objetivo, reconhecer as dificuldades é essencial para essa retomada.
Temos os principais ingredientes para realizar em 2023 o que foi planejado com
tranquilidade, agora é demonstrar com pontos e vitorias.