Mais uma vez o Cruzeiro teve um resultado ruim no Brasileiro. Analisando friamente os números e os momentos dos clubes, é claro que um empate no Beira-Rio não é nem de longe um revés desesperador, mas quando você assiste ao jogo e vê quantas chances o Cruzeiro teve de sair com um placar favorável e até elástico, a sensação é de desesperança.
Após a 13° rodada, já é possível dizer qual o maior problema do elenco: a ineficiência em concluir os ataques.
O time cria, mesmo sem um meio de campo tão qualificado e experiente. Chega com boas condições para finalizar ao gol adversário diversas vezes durante as partidas, mas não consegue alterar o placar.
O experiente atacante Gilberto não vive boa fase e seu substituto imediato consegue ser ainda pior. Era inexplicável a insistência em dois centroavantes que se mostravam incapazes de contribuir para a ofensividade do time, lentos e sem marcar, por quê mantê-los no time?
Pepa demorou, mas percebeu essa necessidade de modificar o ataque do Cruzeiro. Com Bruno Rodrigues, Wesley e Stênio, o Cruzeiro foi muito mais criativo e veloz, mas igualmente ineficiente. Por duas vezes Wesley esteve cara a cara com o goleiro e desperdiçou em lances inacreditáveis. E o pior: não foi uma partida ruim do Wesley. Ele jogou bem, mas é quase possível dizer que é inimigo do gol. A bola não entra, seja por capricho, por precipitação da jogada ou por más decisões inexplicáveis do jogador.
Bruno Rodrigues com uma queda de rendimento que muito pode ter a ver com a quantidade de jogos e minutagem jogada, já que ele não possui substituto e normalmente joga os 90 minutos de todas as partidas. Sendo o principal responsável pelos gols e pelas jogadas de perigo, parece ser o único atacante capaz de marcar. Porém, talvez pela pressão da torcida ou pela falta de confiança nos companheiros de frente, é muitas egoísta e acaba sacrificando bons lances tentando resolver tudo sozinho.
Stênio é jovem, cria da base e com uma margem de evolução gigantesca. A tomada de decisão, crucial para a conclusão em gol, ainda não é bem madura no jogador. Entretanto, com a fase ruim do ataque, a torcida do Cruzeiro costuma sempre atacar jogadores mais novos, o que é um absurdo, e acaba encerrando uma passagem e uma evolução promissora. Portanto, é preciso cuidado ao colocá-lo em campo.
E, aparentemente, a comissão técnica percebe essa falha significativa no elenco. Tanto é que, hoje (04/07), o Cruzeiro anunciou a chegada de um atacante. Paulo Vitor chega em definitivo e vem na tentativa de agregar qualidade ao elenco.
Ainda assim, considero pouco para o tamanho da insuficiência ofensiva do clube. A sensação que fica é que deixamos pontos, valiosos e que podem fazer falta lá na frente, escaparem da mão por causa de falhas individuais recorrentes. Para uma equipe do tamanho do Cruzeiro, não dá para se contentar com um ataque tão pouco produtivo.
O que nos resta, é esperar que essa constatação esteja sendo motor para uma busca mais refinada e qualificada no mercado.
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