Estádio do Mineirão

Conheça
  • Localização

    Av. Antônio Abrahão Caram, 1001 - São José, Belo Horizonte - MG, 31275-000

  • Capacidade

    61.927

  • Inauguração

    11 de novembro de 1973

Sobre Estádio do Mineirão

A história do Estádio Mineirão, iniciada em 1959, é marcada por desafios, superações e a busca incessante por inovação na construção civil brasileira. Sob a liderança de Gil César, o administrador da construção, o projeto enfrentou crises financeiras, incertezas e a necessidade constante de adaptação às circunstâncias cambiantes.

O Mineirão tornou-se um emblema da engenharia nacional, apresentando avanços notáveis na construção civil. Durante a execução das obras, a equipe de engenheiros foi minuciosa nos detalhes, estudando até mesmo o Maracanã para evitar repetir deficiências observadas no estádio carioca. Em 1964, Gil César viajou até Tóquio em busca de inspiração nas arenas construídas para as Olimpíadas, incorporando novidades e inovações de engenharia ao projeto do Mineirão.

Uma das maiores incertezas era a capacidade de executar uma superestrutura complexa utilizando equipamentos convencionais. Para superar dúvidas, foi projetado um setor experimental 15, onde uma parte da estrutura seria submetida a testes exaustivos. A complexidade da obra demandou soluções criativas, como a extensão de barras de ferro por meio de soldas no próprio canteiro de obras.

A falta de recursos levou à necessidade de otimizar a mão de obra disponível. A AEMG (Administração Estadual de Estádios de Minas Gerais) enfrentou a escassez de pessoal qualificado, e a solução foi treinar pedreiros, carpinteiros e armadores. A administração organizou cursos, formando centenas de operários qualificados para funções específicas.

Diante da inexistência de mão de obra especializada, a AEMG lançou a operação 24 horas por dia, dividindo os três mil operários contratados em três turnos. A competição entre equipes e a gratificação por produção e criatividade incentivaram o ritmo acelerado da construção. Em apenas oito meses, o estádio foi entregue à população, um feito notável considerando a complexidade da obra.

A operação em tempo integral, apesar do ritmo acelerado, manteve um bom registro de segurança, com apenas um trabalhador perdendo a vida durante toda a construção do estádio. Ao todo, 7.200 operários contribuíram para a edificação do Mineirão, cuja capacidade original era de 130.000 pessoas. O estádio não apenas se tornou uma referência arquitetônica, mas também simbolizou a determinação e a engenhosidade da engenharia brasileira na época.

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Reforma do Mineirão visando a Copa do Mundo de 2014


A escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo FIFA de 2014 marcou o início de um processo de modernização do Mineirão, estádio localizado em Belo Horizonte. Junto a outras cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre, Belo Horizonte foi pré-selecionada para sediar os jogos. O projeto de modernização, apresentado pelo governo de Minas Gerais em 2 de fevereiro de 2009, enfatizou a preservação da fachada original, seguindo o modelo de reforma do Estádio Olímpico de Berlim.

Em 31 de maio de 2009, a FIFA confirmou Belo Horizonte como uma das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. As obras de reforma começaram em 2010, após o fechamento do estádio. O último evento antes do fechamento foi o jogo entre Atlético e Ceará, em 6 de junho, seguido por um show gratuito do Skank em 19 de junho de 2010, registrado no CD e DVD “Multishow Ao Vivo – Skank no Mineirão”. Durante as obras, o gramado foi rebaixado em 3,4 metros.

A Minas Arena, formada pelas construtoras Construcap, Egesa e HAP Engenharia, foi a responsável pela execução das obras de modernização entre 2010 e 2012, assim como pela operação do estádio pelos próximos 25 anos. Em 2011, foram instalados 166 amortecedores sob a parte superior da estrutura, substituindo as hastes verticais existentes. A cobertura do teto foi ampliada para proteger os assentos da chuva, a geral passou por reformas e foram colocadas cadeiras.

Além disso, houve adaptações na parte externa, com destaque para o transporte, incluindo a ampliação do estacionamento e a construção de uma esplanada ao redor do estádio, com cerca de 80 mil m², capaz de abrigar mais de 65 mil pessoas e eventos. Em 5 de junho de 2012, o Ministério Público Federal recomendou a suspensão de repasses do BNDES para as obras até que o Tribunal de Contas do Estado atestasse a ausência de irregularidades.

Em 9 de novembro de 2012, o Mineirão tornou-se o primeiro estádio da Copa de 2014 a receber o plantio do gramado. O valor final das reformas alcançou R$666,3 milhões, com a BCMF Arquitetos liderando o projeto de renovação do estádio, que se manteve como um ícone do futebol brasileiro.

Estádio do Mineirão visto de cima, pouco antes do início de Brasil x Chile, pelas oitavas de final

Mineirão hoje

Após quase três anos de intensas obras, o Mineirão foi reaberto ao público em 21 de dezembro de 2012, tornando-se o segundo estádio da Copa do Mundo de 2014 a ser entregue, sucedendo o Castelão de Fortaleza. A reinauguração foi marcada por um evento oficial que teve a presença da presidente Dilma Rousseff e contou com um animado show da banda mineira Jota Quest, realizado em um palco montado na recém-construída esplanada do estádio. Cerca de 20 mil pessoas celebraram esse marco histórico.

O primeiro jogo realizado após a reinauguração foi o clássico entre Atlético e Cruzeiro, em 3 de fevereiro de 2013, que marcou a estreia do Campeonato Mineiro. O gol inaugural do “novo Mineirão” foi um gol contra de Marcos Rocha, do Atlético, que marcou contra sua própria baliza durante um disputado lance aéreo com o atacante Anselmo Ramon. Apesar desse incidente, o Cruzeiro venceu a partida por 2×1. O público presente foi de 59.968 espectadores, com aproximadamente 53 mil pagantes, resultando na maior renda da história do Mineirão, totalizando R$ 3.677.635,00. Essa marca seria superada em julho do mesmo ano, na final da Copa Libertadores da América de 2013, quando o Atlético sagrou-se campeão diante do Club Olimpia, gerando uma renda de R$ 14.176.146,00.

Apesar da grandiosidade da reinauguração, o primeiro clássico realizado no estádio foi alvo de algumas queixas por parte dos torcedores, que enfrentaram problemas de falta de luz e água. O governador Antônio Anastasia, no entanto, minimizou a situação, afirmando que, até então, só havia recebido “elogios” em relação ao estádio. O Mineirão, revitalizado e modernizado, continuou a ser um marco no cenário esportivo e cultural de Belo Horizonte e do Brasil como um todo.