Cruzeiro, onde assistir
Foto: Divulgação/Mineirão

Opinião: Construir ou reformar

Na temporada 2023, o Cruzeiro vive uma situação inimaginável para o seu torcedor que vai as partidas, o Mineirão não é o estadio preferencial para os nossos jogos, mesmo não estando fechado para reforma como vivemos no pré-copa, mas por conta de eventos não esportivos e a péssima qualidade do gramado do campo. Além de supostos desentendimentos nos bastidores entre Cruzeiro e a administração do estadio. Após um acordo recente, o Cruzeiro teria condições melhores para atuar em sua casa, mas devido ao já citado problema da qualidade do gramado, motivo esse que interfere diretamente no estilo de jogo do time, os jogos vêm acontecendo preferencialmente no campo do coelho. Com essas circunstâncias, surgem boatos e ideias, uma delas a de instalar no gigante da Pampulha grama sintética.
Acompanhando a tendencia de alguns times brasileiros que adotaram esse tipo de gramado de jogo, por diversos motivos, entre eles o menor degaste quando o gramado é utilizado para eventos não esportivos, muitos deles shows musicais que levam milhares de pessoas aos palcos montados por cima da grama. Mas indo contra uma nova tendencia que se iniciou na Holanda nos últimos tempos, da mesma forma que começaram a utilizar a grama sintética no início dos anos dois mil em sua principal liga, hoje são um dos primeiros que vão abandonar o gramado inteiro de grama sintética. Após uma reunião entre Eredivise (principal liga holandesa) e os clubes, ficou determinado que até 2026 todos os clubes participantes da liga deverão ter gramado natural ou híbrido nos estádios de seus jogos, já não permitindo a grama totalmente sintética. Os motivos levantados pelos europeus para essa decisão, vão do comportamento da bola, maior incidência de lesões, reclamações dos atletas, até estudos em andamento para medir qual os efeitos no ser humano de algumas substâncias encontradas na borracha que simula a terra, que são consideradas prejudiciais em alguns níveis de concentração para o contato com humanos.
Vemos uma das soluções para a qualidade do gramado no Mineirão, ser imaginada com uma validada bem curta e como virou rotineiro, atrasado em relação ao futebol de alta qualidade. Isso traz um impacto imenso para o Cruzeiro, que historicamente tem o Mineirão como um diferencial, sendo a sua construção um marco para história da cidade e do Cruzeiro, com a construção do estadio, nós conseguimos viver as nossas primeiras conquistas mais relevantes, tanto nacionais como internacionais. Hoje podemos presenciar (e tomara que não aconteça), um ano inteiro sem que o Cruzeiro tenha feito um gol na Pampulha, é importante ressaltar que foram pouquíssimos jogos na toca 3, que permanece cativa. Obrigando o Cruzeiro a jogar em vários estádios e cidades, prejudicando o desempenho físico dos atletas, o crescimento do socio torcedor e nos tirando o nosso histórico desempenho positivo em casa, uma das consequências dessa situação se reflete na campanha do brasileirão 2023, que até o momento tem o Cruzeiro com desempenho maior jogando como visitante, fato raro.
Esses dias atuais e o próximo ano vão ser determinantes para a solução desse problema, pois qualquer um dos caminhos que o Cruzeiro vá seguir, vai demandar tempo, paciência e muito trabalho. Já foi identificado que a situação atual em relação ao mando de campo é inaceitável, com o início da SAF esse problema foi revelado em sua real proporção. Pelos dizeres dos dirigentes do Cruzeiro, o gigante da Pampulha nos moldes atuais é inviável e para essa situação ser revertida, vai demandar tempo e nenhuma garantia que aconteça antes de 2037. Não tem como prever a liberdade em menos tempo, que em sua “sentença” prevê essa data. Outro caminho seria a construção de uma casa nova, da forma que podemos sonhar, mas com altos

custos e dificuldade de um lugar ideal para construção. Acredito que essas duas ideias dividem opiniões entre os torcedores, mas um desses caminhos será trilhado pelo maior de Minas, para voltarmos a ter uma casa e a vantagem que isso traz ao Cruzeiro.

Por: Vitor Pereira