Opinião: Pós-clássico

A derrota no clássico movimentou os bastidores do Cruzeiro. Belo Horizonte amanheceu com faixas de protestos espalhadas pela cidade. As críticas aos jogadores ocuparam os assuntos mais comentados nas redes sociais e nas principais manchetes esportivas. Fato é que a derrota para o principal rival trouxe instabilidade para o clube celeste.
Não é novidade para ninguém que o elenco do Cruzeiro é extremamente limitado. De fato, com alguns nomes se destacando e pontos fora da curva, mas, no geral, limitação escancarada. É claro que uma derrota não é o resumo de uma temporada e não apaga as coisas boas que vêm sendo feitas, mas é preciso ligar o sinal de alerta. Pela segunda vez consecutiva, o resultado negativo se dá por erros individuais.
Um elenco, por mais modesto que seja seu objetivo no campeonato, não pode se contentar com uma média tão baixa de gols, quando se há uma produtividade e desempenho tão altos em campo. Não pode ser banal um goleiro e um zagueiro entregarem partidas importantes.
Também é preciso dizer na insistência do treinador em esquemas táticos e escolhas técnicas que já se provaram ineficazes, como por exemplo, jogar com dois centroavantes ao mesmo tempo em um ato de desespero.
De todo modo, apesar de dolorosa uma derrota em um clássico, o que importa é que perdemos a chance de pontuar. Para um time com objetivos tão claros no campeonato, cada ponto importa. Estamos despencando na tabela com um ar de “está tudo bem”. Cada bola desperdiçada e cada falha defensiva são 3 pontos que podem nos custar a permanência na Série A de 2023.
Real Valladolid, outro clube em que Ronaldo é gestor, foi rebaixado na La Liga. A diferença para o primeiro clube fora da zona de rebaixamento? 1 ponto.
Liguem os alertas. Sinal amarelo. Toda atenção é pouca. E todo atacante produtivo nessa nova janela de transferências é bem vindo.