Com a candidatura da CBF para sediar o Mundial de Clubes de 2029, Brasil entra na disputa internacional

Brasil enfrenta concorrência de Espanha, Marrocos, Austrália/Nova Zelândia e EUA pela sede do Mundial

Com o recente anúncio da CBF sobre seu interesse em sediar a Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2029, o Brasil entra oficialmente na competição global por um dos eventos esportivos mais importantes do mundo.

A candidatura possui argumentos robustos, mas também enfrenta concorrência acirrada de nações como Espanha, Marrocos, Estados Unidos, Austrália e Arábia Saudita.

Este artigo explora os pilares da candidatura brasileira, o cenário internacional e a relevância estratégica deste torneio para o futuro do futebol global, analisando os fatores que influenciarão a escolha da FIFA.

O “Super Mundial” e a visão da FIFA

A FIFA reformulou o Mundial de Clubes em um formato expandido com 32 equipes, realizado a cada quatro anos, inspirado na estrutura da Copa do Mundo de Seleções. Essa iniciativa visa ampliar a relevância dos clubes em nível global e gerar novas receitas para o futebol mundial.

Embora o faturamento previsto do torneio de US$ 2 bilhões seja inferior ao da Copa de Seleções (estimada em US$ 9 bilhões em 2026), o Mundial de Clubes é uma estratégia ousada da FIFA para mitigar os riscos da crescente influência financeira das ligas europeias e da possibilidade de superligas continentais.

Para Infantino e sua gestão, o “Super Mundial” não é apenas uma competição; é uma ferramenta estratégica que, em 20 anos, poderia superar a Copa de Seleções em termos de lucratividade e engajamento.

A posição do Brasil

Foi durante a Cúpula Executiva da FIFA em Miami que Samir Xaud, presidente da CBF, comunicou oficialmente o desejo do Brasil em sediar o evento. Segundo Xaud, Gianni Infantino considerou a proposta “totalmente possível” e demonstrou entusiasmo com a ideia. 

Este momento marca um passo estratégico para reposicionar a CBF no cenário internacional após um período turbulento de instabilidade interna.

Argumentos a favor do Brasil como sede

1. Desempenho sólido dos clubes brasileiros

Os clubes brasileiros são conhecidos por seu desempenho de destaque em competições internacionais. Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo já se tornaram referências no atual formato da Copa do Mundo de Clubes, que reúne 32 equipes.

Além disso, essas equipes têm alcançado sucesso tanto em campo quanto em termos de audiência, garantindo alto engajamento do público.

2. Paixão da torcida brasileira

Não há dúvida de que o Brasil possui uma das torcidas mais apaixonadas do mundo. Imagens de fãs vibrando nas praias e lotando estádios durante transmissões de partidas têm circulado nas redes sociais da FIFA, destacando o apoio genuíno e a empolgação do público local. Esse amor pelo futebol poderia elevar o Mundial de Clubes de 2029 a um evento inesquecível.

3. Infraestrutura já estabelecida

Com a Copa do Mundo Feminina de 2027 programada para ser realizada no Brasil, o país terá uma infraestrutura futebolística pronta para uso. Estádios como o Maracanã, Mineirão e Arena Corinthians oferecem condições ideais para sediar grandes torneios.

Essa reutilização de estádios e redes de transporte existentes reduziria custos e aumentaria a viabilidade do projeto.

4. Apoio institucional e legado

A candidatura do Brasil se alinha a um objetivo maior da CBF de fortalecer seus laços com a FIFA. Este seria um excelente meio de demonstrar a capacidade do país de organizar competições de sucesso e deixar um legado positivo não apenas para o esporte, mas também para o turismo e a geração de renda.

Benefícios para o Brasil

Se escolhida, a candidatura trás ganhos significativos que vão além do futebol:

  • Uma vaga automática no torneio para o campeão brasileiro de 2028.
  • Impulso turístico e econômico, com milhares de visitantes injetando recursos no país durante o evento.
  • Valorização do futebol nacional, ampliando a visibilidade global de clubes e jogadores.

Concorrentes internacionais

Apesar das vantagens apresentadas pela candidatura brasileira, a competição é ferrenha, com candidatos que possuem histórico robusto e grandes incentivos financeiros.

Principais concorrentes

  1. Espanha e Marrocos

Ambos já co-organizam a Copa de Seleções de 2030 e poderiam usar a Copa de Clubes como evento-teste. Contudo, há divisão interna na Espanha, onde o presidente da LaLiga, Javier Tebas, é cético sobre a competição.

  1. Estados Unidos

A FIFA já aprovou os EUA como sede do Mundial de Clubes de 2025 e da Copa do Mundo de 2026. A infraestrutura existente e os interesses comerciais tornam os americanos um candidato forte.

  1. Austrália e Nova Zelândia

A candidatura da Oceania ganhou força após sucesso da Copa Feminina da FIFA em 2023.

  1. Arábia Saudita

Apesar do desafio do clima extremo, o apoio financeiro saudita é impressionante. Eles também sediarão a Copa do Mundo de Seleções em 2034.

O futuro do Mundial de Clubes

A competição do mundial de Clubes traz discussões acaloradas em site de prognósticos acerca da expansão futura para 48 times, eliminando o limite de dois clubes de uma mesma nação, o que poderia atrair ainda mais patrocinadores e investidores. Contudo, críticas de sindicatos de jogadores sobre o calendário e o esforço físico demandado seguem como um ponto de atenção.

Para o Brasil, receber o Mundial de Clubes em 2029 representaria não apenas um marco esportivo, mas uma oportunidade de consolidar sua posição geopolítica no universo do futebol global.

O que a FIFA busca ao escolher a sede 

A FIFA deixou claro que o novo Mundial de Clubes é uma prioridade estratégica. Enquanto certos critérios logísticos, como transporte e infraestrutura, são essenciais, outros fatores, como impacto financeiro, legado e engajamento do público, também terão um peso considerável.

Samir Xaud destacou que a resposta entusiasmada de Infantino e do secretário-geral Mattias Grafström é um indício positivo. Além disso, as boas relações do Brasil com a federação podem influenciar a decisão.

Um “gol de placa” para o Brasil no cenário mundial 

O anúncio oficial da candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo de Clubes de 2029 destaca a ambição do país em se manter no centro das atenções do futebol.

Entre a paixão indescritível da torcida e a infraestrutura pronta para grandes eventos, o Brasil tem argumentos sólidos para se posicionar como favorito na disputa.

À medida que esperamos pelo desfecho dessa eleição, fica evidente que, independentemente do resultado, o futebol brasileiro está disposto a crescer e brilhar ainda mais.